domingo, 8 de maio de 2011

ESPECIAL: A TRAJETÓRIA DO CEARÁ RUMO AO TÍTULO


Classificado para a Copa Sul-americana entre os 12 melhores times da série A no Brasileirão. Não é comum o Campeonato Cearense ter um dos concorrentes ao título com esse “currículo”. Justamente pelo histórico construído, e com um status de “time de Série A”, o Ceará Sporting Clube entrou como o favorito, fez valer a expectativa e atingiu o ponto mais alto neste domingo (8). O Vovô venceu a final do segundo turno em cima do Guarani(J) e se sagrou campeão estadual de 2011, título que não conseguia desde 2006. De quebra, teve o atacante Marcelo Nicácio como artilheiro da competição, com 16 gols.

Para conquistar o certame, um elenco foi reforçado com jogadores considerados caros e eficientes para o padrão cearense (Iarley, Fernando Henrique, Júnior, Osvaldo e Sérgio Mota), se juntarando à base formada desde 2009. O “soldado” Dimas Filgueiras, considerado um dos principais responsáveis pelo não rebaixamento do alvinegro na Série A do Brasileirão de 2010, seguiu no comando do clube.

Time B fez sua parte

A equipe cheia de “estrelas” não estreou de imediato. O que se viu primeiro foi uma formação composta de reservas atuando de forma eficiente nas três primeiras partidas. Dos 9 pontos disputados, o time B, formado basicamente por jovens da categoria de base, conseguiu 7 pontos e alcançou cerca de 80,5% de aproveitamento. A única baixa foi o empate suado diante de um certo Guarani (J), que aprontaria ainda mais no returno.

Os atacantes Washnigton e Clodoaldo, os “experientes” do time B, levavam o Vovô para a frente e foram destaques nesse primeiro momento. Após o começo da temporada, o “Capetinha” poucas vezes viria a ser relacionado novamente. Enquanto foi escalado, ele criou jogadas e foi decisivo no quesito ofensividade.

Rumo ao título do 1º turno

Contra o Quixadá o elenco de “estrelas” fez sua primeira atuação. Depois de uma goleada (5 x 0) num jogo treino contra o Maranguape, criou-se uma expectativa de algo semelhante. Mas a vitória sobre o Quixinha foi o simples 1 x 0, gol assinalado pelo então reserva Marcelo Nicácio. O suficiente para manter a jornada rumo à classificação para a semifinal, garantida em primeiro lugar de forma antecipada. No percurso, teve o primeiro Clássico Rei e vitória com placar de 2 x 1 em cima do rival Fortaleza.

O Tricolor cruzou pela segunda vez o caminho alvinegro. Numa final de primeiro turno quente e com a rivalidade acirrada, o “Vozão” saiu de campo com a taça. Dois ex-jogadores do Leão construíram a jogada que culminou com o único gol da noite: Nicácio, num contra ataque, lançou a bola no meio da defesa para Osvaldo subir em disparada e concluir para o gol de Fabiano. “Foi um momento bem motivante. Conquista em cima do maior rival, depois de perder o título de 2010 nos pênaltis, anima bastante”, confessou o volante Michel.

Sai Dimas e entra Vágner Mancini

O início do segundo turno foi embalado pela conquista do anterior de forma invicta. No entanto, a invencibilidade teve fim diante do Guarani de Juazeiro, jogando no estádio Romeirão. O Leão do Mercado venceu por 1 x o. A derrota seguinte foi ainda mais incômoda, segundo Michel. O Fortaleza devolveu o placar de 1 a 0, com gol de Tatu, no último clássico antes do fechamento do Castelão para reforma da Copa 2014. “Perder esse jogo foi a única vez na competição que fiquei triste”, revelou o marcador.

As duas baixas não ameaçaram o trajeto do alvinegro. O técnico Dimas Filgueiras dividia opiniões. Torcedores e cronistas esportivos divergiam sobre o esquema tático adotado por ele, considerado “retranqueiro” em demasia e sem muita criatividade. O treinador variava nas escalações com três zagueiros ou trio de volantes. Pressionado, pediu para sair do comando técnico em momento oportuno: com uma virada dramática por 2 a 1 sobre o Brasiliense, avançando a equipe para a próxima fase na Copa do Brasil. Se despediu com uma goleada por 4 a 0 sobre o Crato. Vagner Mancini (ex-Vitória, Santos, Vasco da Gama e Guarani) assumiu o posto.

O novo treinador preferiu armar o time com o tradicional 4-4-2. A inovação foi a titularidade do meia Thiago Humberto (reforço contratado no meio do campeonato, junto ao Internacional-RS) para ajudar Geraldo na armação das jogadas. As primeiras apresentações lideradas por Mancini foram marcadas por goleadas sobre Crato, Icasa e Ferroviário. Nicácio, o maior goleador do alvinegro e disputando artilharia, se firmava de vez como titular na vaga de Júnior, bastante contestado pela torcida e protagonista de polêmicas por ter exposto em várias ocasiões sua insatisfação com o clube.

Mais ofensivo

Sob o comando do atual técnico, o desempenho aumentou e os resultados garantiram outra vez a liderança classificatória para a semifinal com antecipação. O time reserva foi novamente acionado para cumprir tabela na última rodada do turno complementar. Desta vez, perderam de virada (3 x 2) para o Guarany de Sobral.

Uma semana depois os dois clubes se enfrentariam pela segunda vez consecutiva, mas em contexto diferente. Era a semifinal, onde os titulares voltaram e venceram apertado (1 x 0), com o gol que isolaria Nicácio na artilharia com um total de 14.

Na final do segundo turno, o alvinegro voltaria a se encontrar com o Guarani de Juazeiro, time o qual ainda não havia vencido no Estadual. Porém, não houve zebra. O Ceará esbanjou superioridade, confirmou o favoritismo e venceu de goleada por 5 a 0, garantindo o título Estadual por “arrastão”. Marcelo Nicácio (duas vezes), Thiago Humberto (duas vezes) e Osvaldo foram os autores dos gols do alvinegro, na partida que marcou a reabertura do estádio Presidente Vargas (PV) após mais de três anos de interdição.

Resultados do Ceará:

Primeiro turno
Ceará 1 x 0 Limoeiro
Horizonte 1 x 2 Ceará
Ceará 1 x 1 Guarani (J)
Ceará 1 x 0 Quixadá
Crato 0 x 1 Ceará
Fortaleza 1 x 2 Ceará
Icasa 0 x 2 Ceará
Ceará 3 x 1 Ferroviário
Itapipoca 1 x 5 Ceará
Ceará 2 x 0 Tiradentes
Guarany (S) 2 x 2 Ceará

Semifinal: Ceará 4 x 0 Horizonte

Final: Ceará 1 x 0 Fortaleza

Segundo turno

Limoeiro 1 x 4 Ceará
Ceará 4 x 2 Horizonte
Guarani (J) 1 x 0 Ceará
Quixadá 1 x 2 Ceará
Ceará 0 x 1 Fortaleza
Ceará 4 x 0 Crato
Ceará 4 x 2 Icasa
Ferroviário 0 x 5 Ceará
Ceará 1 x 0 Itapipoca
Tiradentes 0 x 1 Ceará
Ceará 2 x 3 Guarany (S)

Semifinal: Ceará 1 x 0 Guarany (S)

Final: Ceará 5 x 0 Guarani (J)

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